segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Separar-se de alguém que se amou demais é, antes de mais nada, triste.

Já postei esse texto mas, nunca ele foi tão perfeito pro momento.
Ailin Aleixo
O vulto constante


Tempos de definição são difíceis. Duros. Exigem de nós energia que por vezes não temos—não é todo dia que queremos lutar contra sentimentos díspares, complicados, que desejamos nos perguntar se realmente o amor acabou, se o que sobrou foi só carinho e preocupação, ou se ainda existe um resquício mínimo que guarda em si a possibilidade do renascimento. Não é todo dia que temos fôlego para questionar o que fizemos de nossa vida até aqui e qual o rumo que realmente queremos dar a ela. Cansa. Exaure.
Tudo muda quando se passa por uma cisão que altera a maneira de ver o mundo: lá se vai a crença de um amor que resiste a tudo e fica um gosto estranho de fracasso, como se as emoções, e as pessoas, pudessem ser avaliadas em termos tão maniqueístas... Separar-se de alguém que se amou demais é, antes de mais nada, triste. Mas tristezas, por mais fundas que sejam, passam. Desde que não as alimentemos.
E a forma mais comum de alimentá-las é insistir em um contato nocivo por nos trazer alento, um tanto duvidoso, mas um alento: a voz conhecida, as palavras um dia tão queridas, o choro que sabemos como estancar, a risada que nos lembra dias mais ensolarados (você já reparou como nos sentimos mais acolhidos com a segurança do passado conhecido, com todos os seus problemas, do que com o vislumbre do futuro?). Alimentá-la é achar que isso pode, em algum nível, fazer bem para algum dos dois. É como manter vivo um paciente com falência cerebral na esperança de que um milagre o faça acordar sorrindo, inteiro. Dói todos os dias em que isso não acontece. E dói mais ainda quando, finalmente, ele morre— mas, então, pelo menos, todos estão livres para seguir a vida.
A verdade é que enquanto não decidimos se acabou ou não, se queremos aquela relação de volta (com todas as idiossincrasias, neuroses e desgastes que nos fizeram partir) ou se ela faz parte do panteão do passado, nada anda. Ninguém novo pode entrar, arejar os dias. Nem sozinho ficamos bem. Só a vulto constante da tristeza nos acompanha, mesmo nas horas mais alegres—ela sabe que, a qualquer momento, a guarda baixará e ela terá espaço suficiente pra se instalar.

Hoje dei entrada na minha separação. Um dia ia ter que acabar...

"Separar-se de alguém que se amou demais é, antes de mais nada, triste."



Mas ainda bem que o meu Flamengo ganhou e me deu uma alegria!



Pet, eu te amo!!!!!!!!!!!!

2 comentários:

Graci disse...

Amiga não fique triste por isso..

Se ele não te fazia bem melhor sair fora mesmo..

Levanta a poeira da a volta por cima.
Por voce e por mais ninguem..

Se quiser conversar to aqui..

beijocas

Luciana Kotaka disse...

Olá amiga, está dando um grande passo, mostrando ser corajosa e podendo se amar mais. Isso é de extrema importância, te dou o maior apoio. Vá em frente sempre, e não se arrependa do que passou, busque ser feliz. Beijocas