quarta-feira, 2 de abril de 2008

Ei companheiras de luta, são 1:16 da madruga e eu pra variar não durmo. A fome aperta e a vontade de comer bobagens fica aguçada.
Já que não durmo resolvi fazer umas visitas e estou cada dia mais chocada com o número de mulheres maravilhosas com problemas emocionais.
Não sei se o excesso de peso é o causador desses problemas acho que ele é uma conseqüência de tantas exigências.
Tenho várias amigas inteligentes, com vidas financeiras viáveis, bons filhos e algumas até bem casadas tendo que tomar calmantes e anti-depresivos. O que está acontecendo com nós mulheres???
Quando eu era mais nova eu tinha uma força incrível, me julgava capaz de salvar o mundo, hoje me vejo apavorada com a possibilidade de ir em uma reunião com conhecidos.
Não durmo, tenho dificuldades de me relacionar e olha que eu falava com pedras, era super bem relacionada, hoje quase não me relaciono. Falo com as pessoas mas não crio mais intimidades, não faço amizades de verdade!Ninguém vê o que passa. Criei um muro em volta de mim.
Fico pensando se não estamos exigindo demais de nós: ser magras, inteligentes, cultas, bem sucedidas, ótimas mães e esposas ardorosas! Afiiiiiiiiiiiiiii Gente é muita coisa!!!
Acho que essa loucura toda vem de um padrão alto demais!
Estava revendo umas fotos minhas com 58,00 kg e me achei magra mas na época me achava uma baleia!
Que merda é essa de auto estima que eu me perco sempre e não a encontro???
Me desculpem o desabafo mas as coisas não vão bem e eu precisava desabafar!
Que Deus nos ajude!

Vou colocar um texto da Rita Lee que recebi por e-mail faz tempo mas que me faz refletir.
"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem. Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente se esqueceu, porque acabou morrendo tuberculosa. Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Poder que, ontem, era para mutilar, amordaçar, silenciar.E que, Hoje, é para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vemos, na televisão, mulheres torturadas por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias ridículas para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso,Barbies de fancaria, provocaram em muitas outras mulheres as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composto de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo. Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência. As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência. É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e a doçura de seus corações."Nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é só bunda." Rita Lee"

3 comentários:

Miss Blueberry disse...

Olá! Gisele, um conselho: não deixe de sair para não engordar. Não vale a pena, a não ser que seja por uma emergência (tipo vc ser madrinha de casamento e ter de estar magra até a festa). Acho que rola mais se controlar nas festas em relação à comida...

Qto ao seu post: me identifiquei bastante. Muita coisa para refletir em cima. Depois escrevo sobre isso. Espero que tenha extravasado.

Beijos!

Luciana Campos disse...

Ei querida....vamos encrementar mais este bloguinho?Ta faltando uma reguinha ai pra gente torcer quando ela for baixando.

Vou te linkar no meu blog pra sempre vir aqui te visitar e te fiscalizar também.Pode?kkkkk

Super beijo e voc~e também pode mudar de gata borralheira para princesa....

Fica com deus.

Lu

Srta Maus* disse...

Oi amiga...

Adorei tudo aqui!


Também estou na luta.

bJO